Comemorações do 25 de Abril de 2018

A nossa associação alem de ter participado nas manifestações do 25 de Abril
e do 1º de Maio esteve presente em várias iniciativas para que foi convidada.




O texto que serviu de base às intervenções dos nossos representantes foi o seguinte:

 44º Aniversário do 25 de Abril



Desde há 44 anos a esta parte que a evocação da gloriosa data do 25 de Abril de 1974 mobiliza milhares e milhares de cidadãos de todo o país: os que tiveram o privilégio de viver aquele período ímpar da nossa história de Portugal e não se vergam ao peso dos anos, os que nasceram ao som dos muitos hinos à liberdade reconquistada e resistem na sua defesa... e não se cansam e os, mais jovens, que abraçam a vida com a mesma força que animou os nossos jovens fardados naquela madrugada libertadora.

Jovens sim! Jovens os comandantes e jovens os comandados, que não se furtaram a tomar o futuro em suas próprias mãos.

São portanto para os mais jovens as minhas primeiras palavras.

Vivemos hoje num país melhor? Sem dúvida:
-      Longe vai o tempo da ditadura feroz que esmagava o nosso povo;
-      Longe vai o tempo em que ser jovem significava ser candidato à mobilização para a guerra colonial;
-      Longe vai o tempo da cultura e do ensino só para uns poucos, da saúde e habitação para poucos mais e do tudo para os mesmos.

Mas a verdade que não devemos e não queremos ignorar, é que, apesar da enorme resistência manifestada com tenacidade pelo povo trabalhador, a ofensiva contra-revolucionária logrou afastar-nos dos sonhos e dos caminhos que brotaram do processo revolucionário e destruiu muitas das conquistas da nossa revolução.
E, falar do Processo Revolucionário é, no essencial, falar do período correspondente aos 4 Governos Provisórios presididos por Vasco Gonçalves, referência primeira da nossa Associação Conquistas da Revolução que aqui muito me orgulho de representar.
Em pouco mais de 500 dias, vividos sob a bandeira da liberdade, da fraternidade, da justiça social, quando na rua as pessoas se abraçavam como irmãos sem nunca se terem

visto; quando nas assembleias populares se discutiam e resolviam os problemas do dia a dia, todos de igual para igual, homens e mulheres, velhos e novos, sem qualquer distinção; em pouco mais de 500 dias, dizia, fomos capazes de transformar radicalmente a sociedade portuguesa, sonhando e traçando o futuro a caminho duma nova sociedade, mais justa e mais fraterna, a sociedade socialista.

É para a riqueza deste período, um dos mais gloriosos da nossa história, que chamo a atenção dos nossos jovens.
Estudem-no e abracem a vida, sem medos.
Por muito que nos tenham já roubado das conquistas da nossa revolução, este ainda o Portugal de Abril, o Portugal que não se revê naqueles que nos negam o direito ao trabalho com direitos para todos, que nos mandam emigrar, que discutem até à exaustão uns míseros euros no salário mínimo enquanto a si próprios se atribuem reformas leoninas e obscenas, que nos roubam descarada e impunemente, que nos humilham na cena internacional fazendo-nos aparecer como um dos países europeus com maiores desigualdades.
Isto no país que fez Abril? Não! Basta!
Os últimos tempos têm provado que este é o caminho. Basta!

É preciso engrossar as fileiras, reforçar a luta, dizer não aqueles que nos querem amedrontar para não nos metermos na política, porque esses só pretendem que lhes deixemos o caminho livre para melhor nos explorarem.
É preciso voltar a colocar os valores de Abril como código de honra da nossa caminhada colectiva.
O futuro está nas vossas mãos!

Hoje, aqui, estamos para festejar Abril, o 44º aniversário da Revolução dos cravos. A revolução que pôs fim  à ditadura fascista (instituição terrorista institucionalizada) de Salazar e Caetano, que durou  48anos.
Festejar e homenagear os militares do MFA pelo feito histórico vitorioso, sem derramamento de sangue, homenagear os

resistentes anti-fascistas pela tenacidade da luta desigual e sem quartel que travaram ao longo de toda a noite fascista e festejar a pujança do movimento popular que, abraçando e legitimando o programa do MFA, deu início à mais bonita revolução que o Mundo já viu, a Revolução dos Cravos.

Festejemos pois! 44 anos volvidos, estamos aqui todos, aqui e em muitos outros sítios espalhados por todo o país, como o temos feito ano a ano, “unidos como os dedos das mãos”, sentindo húmidos os olhos ao ouvir as canções de Abril, vibrando com as palavras de ordem revolucionárias e com uma imensa saudade do Futuro com que sonhámos e continuamos a sonhar.

E somos muitos, muitos e seremos cada vez mais.

Abril vencerá
Viva o 25 de Abril
Viva Portugal